Para os mais ligados em literatura, fica o questionamento sobre a autoria deste soneto. Tradicionalmente aponta-se Gregório de Matos Guerra como autor. Entretanto, há quem acredite ser de Fonseca Soares ou Frei Antônio das Chagas.
José de Nicola considera que a autoria é de Gregório de Matos Guerra.
Independentemente de quem tenha sido o autor, desejamos a vocês uma boa leitura, pois o texto é muito bem construído!
Desenganos da vida humana metaforicamente
É vaidade, Fábio, nesta vida,
Rosa, que da manhã lisonjeada,
Púrpuras mil, com ambição dourada,
Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida,
Por mares de soberba desatada,
Florida galeota empavesada,
Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeireza
Com presunção de Fênix generosa,
Galhardias apresta, alentos preza:
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa
De que importa, se aguarda sem defesa
Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
(Gregório de Matos Guerra)