top of page
Português.png

Camões, o clássico

Após tanto tempo sem postagens, atendo aos pedidos dos leitores deste blog que solicitaram novos poemas. Então, abro uma nova série de postagens com um soneto de um famoso clássico da Literatura Portuguesa. O grande Camões. O soneto abaixo foi escrito em homenagem a sua finada noiva. Observem a dor, a tristeza, a saudade e o amor expressado pelo eu-lírico. Boa leitura.


Alma minha gentil, que te partiste

Tão cedo desta vida descontente,

Repousa lá no Céu eternamente,

E viva eu cá na terra sempre triste.


Se lá no assento etéreo, onde subiste,

Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente

Que já nos olhos meus tão puro viste.


E se vires que pode merecer-te

Alguma cousa a dor que me ficou

Da mágoa, sem remédio, de perder-te,


Roga a Deus, que teus anos encurtou,

Que tão cedo de cá me leve a ver-te,

Quão cedo de meus olhos te levou.


(Luís Vaz de Camões)


8 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page